A responsabilidade dos educadores na reconstrução do Brasil 54jc

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O que está posto para nós, professores e profissionais da educação é barrar esse projeto nefasto de destruição do que ainda temos de educação e escola

Como afirmou certa vez Lênin, a “Educação fora da política é hipocrisia”. Diante disso, não entender hoje que a luta em defesa de uma educação pública, de gestão pública e de qualidade a pela política é não compreender que a educação é uma das estruturas do Capital, que pode sustentar a classe hegemônica no poder. Aqui cabe definirmos bem que defendemos a educação pública, de gestão pública e que esteja a serviço da classe trabalhadora. Esse destaque é necessário, porque a “defesa” da educação é feita por muitos, tanto no campo da esquerda política como da direita. O que nos diferencia é o tipo de educação que defendemos, qual é o conteúdo e a forma que atende os filhos e filhas da classe trabalhadora e qual escola estará a serviço da construção do homem emancipado.

Desde 2016 (golpe contra Dilma), os ataques à educação não param, havendo a desobrigação de investimentos do Pré-sal na educação, a criação de vouchers para o o à educação infantil, recentemente o Homeschooling, bem como a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. Sem contar o cenário pandêmico, o bolsonarismo se aproveita da crise sanitária para propagar a ideia de que a educação pode ocorrer no âmbito privado, de forma padronizada, valorizando a individualidade, o mérito e, com isso, aproveita para entregar a tarefa de planejamentos pedagógicos para grandes conglomerados de educação, para plataformas que visam uniformizar, padronizar o ensino, realizar um controle político, moral e ideológico das nossas crianças e jovens. É a propagação do livre mercado, lançando a ideia de que existe “liberdade” por parte dos que recebem educação, o que seduz e faz não percebermos que, na verdade, isso nada mais é do que o reforço da meritocracia, a naturalização da exclusão social e o mérito como esforço pessoal, desresponsabilizando o Estado do seu dever em garantir o direito a educação, transformando o direito social em serviço.

Diante disso, o que está posto para nós, professores e profissionais da educação é barrar esse projeto nefasto de destruição do que ainda temos de educação e escola. Se é verdade que a escola é uma estrutura sobre o domínio do Capital, da classe hegemônica no poder, também é verdade que são espaços permeados de contradições, contradições do próprio Capital que podem ser exploradas por nós. O nosso compromisso é formar novas gerações, que sejam capazes de barrar as ideologias fascistas propagandeadas pelo bolsonarismo. Isso a pela nossa ação ativa durante as eleições de outubro de 2022, uma vez que derrotar o bolsonarismo é a tarefa primeira de todos que entendem que a questão hoje não é pedagógica, mas política, ideológica e econômica. Trazer o país novamente para o campo da democracia, criar condições para a formulação e a implantação de um projeto de reconstrução nacional é a principal tarefa que temos até outubro de 2022. Faz-se mister derrotar o Bolsonaro e eleger o Lula e uma bancada de parlamentares comunistas comprometidos com a reconstrução do Brasil, dispostos a construir o novo. Vivemos uma guerra, em que a primeira batalha deve se encerrar em outubro e devemos esgotar isso no primeiro turno. Contudo, outras batalhas virão e será junto de uma bancada de parlamentares aguerridos, somados aos trabalhadores incansáveis, que redefiniremos o nosso caminho, rumo à emancipação humana.

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